Dienstag, 31. August 2010

E como anda a Alemanha?

A Alemannha, ao contrário do Brasil, vivenciou uma de suas maiores crises financeiras contemporânea. Não somente afetada pela sua grande influência internacional, pelo seu grande volume de negociações, a Alemanha foi, também, um pilar dentro do bloco da União Európeia, com as funções de regulador e financiador de alguns países, seriamente afetados pela crise internacional que poderiam colocar em risco a unidade do bloco europeu.

Os primeiros sinais de recuperação da economia alemã foram sentidos no final do primeiro semestre de 2010, quando os índices do produto interno bruto (PIB) foram divulgados, um aumento de 2,2% em comparação com os três últimos índices[1]. Um recorde para uma economia que há pouco tempo atrás premeditava uma catástrofe econômica a longo prazo.

Graças às rígidas medidas de cortes dos gastos públicos e a massiva quantidade de dinheiro público destinados ao “salvamento” de algumas grandes empresas e grupos financeiros quase falidos, a Alemanha enfrentou e reergeu-se a duras penas e com um grande encargo para sua população.

O que ficou claro para a sociedade é que novas regulamentações para o Sistema Financeiro são mais que necessárias para evitar outros possíveis colapsos como esse mais recente. Um país com esse porte não pode permanecer na dependência de um conjunto de regras comprovadamente frágeis em detrimento e ao ônus da sociedade.

A Alemanha encontra-se em um posicionamento muito difícil para a imposição de novas regras economicas. Por um lado, a sociedade encontra-se insatisfeita e com o sentimento de injustiçada por ter sido uma das maiores prejudicadas e exige duras e claras mudanças, principalmente, na impopular decisão do uso de dinheiro público. Por outro lado, ela abriga grandes grupos financeiros influentes que não estão dispostos a encarar novas regras que, alegadamente, podem reduzir o seu número de empregados, investimentos e crescimentos. E, finalmente, o país encontra-se em um verdadeiro impasse com o Comitê de Supervisão Bancária de Basileia[2] que quer, visivelmente, impor regras mais duras que as já rascuradas, principalmente, em relação ao Kernkapitalquote (a cota de capital) dos bancos pertencentes a esse bloco.

Órgãos como o Bundesanstalt für Finanzdienstleistungsaufsicht (Bafin) e o Bundesbank, juntamente com o Governo Federal, através do seu ministro das finanças Wolfgang Schäuble, com seu Gesetzentwurf mais conhecido como “ANTI-ZOCKER-PAKET”[3], trabalham para assegurar um conjunto de novas regras capazes de estabilizar e unir todos os interesses.

Se eles vão conseguir? É a pergunta que não quer calar. Mas, já é visível e irritante a demora da reação do Governo em tratar essa questão de maneira mais específica a nível jurídico. Impondo as regras que devem ser seguidas e aplicadas pelo Sistema Financeiro. Vários países já estão em estágios bastante avançados em relação ao colega europeu.

A Alemanha deve tomar cuidado para não cair em um espiral de pensamentos e teorias que podem levá-la a uma demora inaceitável à dinâmica da economia globalizada. Tomar decisões parece não ser uma das capacidades mais aguçadas dessa nova coalisão entre os Liberais e os Democratas da CDU.



[1] Autor Unbekannt. Deutsches Wachstum schürt Euro-Zonen-Ängste. Financial Times Deutschland Online am 13.08.2010. Verfügbar im http://www.ftd.de/finanzen/maerkte/anleihen-devisen/:marktreaktionen-deutsches-wachstum-schuert-euro-zonen-aengste/50156300.html. Zugriff am 28.08.2010.

[2] Que é formada pelo o G-10: que é constituído por representantes de autoridades de supervisão bancária dos bancos centrais de Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Países Baixos, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos, além de Luxemburgo e Espanha.

[3] SSU/dpa-AFX/Reuters. Schäuble veröffentlicht Anti-Zocker-Paket. Gesetzentwurf. Der Spiegel Online am 03.03.2010. Verfügbar im http://www.spiegel.de/wirtschaft/soziales/0,1518,681610,00.html#ref=rss. Zugriff am 28.08.2010.