Sonntag, 27. März 2011

A política da Política


Estamos nos aproximando das eleições para decidir quem será o novo ministro de Baden-Württemberg aqui na Alemanha.Os Democratas Cristões estão prestes a perder um poder na região de mais de 50 anos.... azar e incompetência política são os maiores vilões dessa história....

AZAR!

Há pouco tempo atrás tivemos a infeliz tragégia no Japão, atingido com terremotos e um Tsunami avassalador. Além disso, a força da reação da natureza foi tão forte que prejudicou os reatores de Fukushima. Radiação e um grande perigo de uma reação em cadeia que já papocou, pelo menos, por aqui em terrinhas germânicas!

Os alemães são conhecidos por seu engajamento social e político, principalmente sobre temas relacionados com a meio ambiente, qualidade de vida e direitos humanos. Nos últimos 5 anos que moro aqui já vi várias demonstrações: retirada das tropas militares do Afeganistão, libertação de presos políticos na Turquía, Stuttgart 21, Atomkfraft? nein Danke! e entre muitas outras.... Analisando isso tudo, acrescentando minha vida de engajamento político no Brasil e parando um pouco para pensar.... cheguei a conclusão que no Brasil a gente só anda saindo às ruas, ultimamente, só com a finalidade de ir contra ou a favor de um político. Última movimentação em massa da população: LU-LA-LA! e antes? Fora Collor!

Claro! Não quero desmerecer os brasileiros, muito pelo contrário! Foram movimentos que mudaram toda uma sociedade. Porém, mérito, também, para os políticos que articularam e mobilizaram toda uma massa que, em efeito cadeia, uniu uma população de alguns milhões!

Isso me faz chegar a uma outra conclusão: no Brasil um político sabe fazer muito bem política. Mesmo com partidos políticos cheios de siglas mas sem nenhuma ideologia, os políticos conseguem, de forma hábil, adaptar às necessidades da população com sua oferta em troca do poder. Se ele cumpre com o que prometeu depois ou não, não importa. Nas próximas eleições ele retorna, justifica de alguma maneira seu fracasso político e, com isso, em muitos casos é reeleito... quando não ascende de função política! É incrível! Graças, também, a um corpo de publicitários e marketeiros competentes e eficientes e cheios de truques e músiquinhas que grudam em nossas mentes que nos fazem lembrar deles mesmo de manhã na hora de escovar os dentes.

INCOMPETENTES!

Os políticos alemães não chegam nem ao pé do fio de cabelo da experiência e sabedoria de um político brasileiro!!!!

Começamos com os cartazes políticos. Cabeças cortadas pela metade nos cartazes, gente com os cabelos despenteados, imagens desfocadas, frases que já foram tão repetidas que creio que eles pegam a mesma base, só mudam a foto da pessoa que está por trás, como naquelas máquinas de tirar fotos nas ruas, que a gente coloca o motivo e focalizamos os nossos rostos para ficar dentro do buraquinho do surfista com o corpão ou da mulher de biquine na praia?! Pois é. Mas, mesmo assim, não acho que os alemães não estejam preparados para assimilarem a irreverência dos publicitários brasileiros (um recado para aqueles que estão lendo o que estou ecrevendo e já estão arrumando as malas).

É com esse mesmo pensamento, de ortodoxia, que pulo para um próximo ponto da política dos políticos alemães. Como um filme da Sessão da Tarde da Globo, as campanhas políticas já tem um início já se sabendo como irá terminar. Sabe, tem no meio um pouquinho de suspense, desencontros, mas, no final, sempre o mocinho fica com a mocinha. É assim: se a Alemanha é dividida em 4 pedaços (exemplo fictício), já se sabe que 2 partes são dos democratas católicos e dos católicos da baviera (até nisso, eles tinham que ter uma coisa diferente), 1 para os sociais-democratas e uma parte que vive trocando de mão entre esses dois partidos. Nunca foi diferente... quem sabe só até hoje!

A coisa tá ficando verde!!!!

Um grande empurrão nos amarelos sem graça dos liberais foi dado. Mais que merecido, esses que, por muita sorte e voto de protesto, conseguiram reeleger a Angela e colocar aquele ministro tão colorido como a cor do seu partido. Provaram para os velhinhos que queriam trocar o 6 por meia-dúzia, que os liberais iriam pegar o meia-dúzia e negociar com o primeiro que oferecesse um pouquinho melhor. Isso pegou os cristão-democráticas em cheiro. Era melhor antes, quando eles nem cheiravam ou fediam, mas geravam uns pontinhos que poderiam somar com os deles e garantir uma maioria absoluta. Deram liberdade demais....

A coisa tá ficando verde escura...

Há menos tempo que uma mente precisa para se esquecer de um escândalo político, Angela manda parar a produção de energia atômica após a crise no Japão e fazer uma "avaliação" do estado de conservação nas usinas mais antigas... 2 semanas antes da eleições políticas mais importantes para o partido? Óbvio que foi uma tática política para acalmar os ânimos.

Claro!

É claro sim! Mas para pessoas pensantes! Pessoas que não olham isso como uma to de preocupação ou caridade do governo para com sua população. Para o restante da população, e maioria, isso foi SIM um ato heróico e eficiente de um governo!

A coisa tá ficando verde avermelhada....

Mas não contavam com as astúcias (ou inocência) de um protocolador que colocou no preto sob o branco as exatas palavras de um cara chamado Brüderle. Para quê!?

Vou explicar melhor o que se passou. Após a Angela mandar parar as usinas nucleares (que ela há 7 meses atrás prolongou seu uso para fins energéticos), os empresários ficaram loucos para saberem maiores informações. O que está acontecendo? O que foi? Desligaram as luzes da sala? Não! Angela mandou seu ministro das energias e tecnologia para dizer que isso foi, somente, tática política....

O quê?! Tática política!? Eu li isso direito?

Sim! Você leu! Se ele tivesse dito isso nessa reunião com os chefões da economia privada e por lá tivesse ficado, não seria problema nenhum e eu não poderia escrever que ele tinha dito isso (aí seria fácil se ele quisesse me processar).

Sim! No preto do branco do texto do protocolador, ficou a maior verdade da política alemã registrada.


Quelle des Bildes: picture-alliance/ard, 2011.
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Atomkraft? Nein, Danke!